Arquivo do autor:Rodrigo Freese Gonzatto

Sobre Rodrigo Freese Gonzatto

Professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba. Doutor e Mestre em Tecnologia e Sociedade (UTFPR). Especialista em Design de Interação. Artífice e comunicólogo. Co-fundador da Rede Álvaro Vieira Pinto.

Línguas e idiomas que Álvaro Vieira Pinto aprendeu

Vieira Pinto foi tradutor e dominava as seguintes línguas e idiomas:

  • português
  • grego
  • latim
  • francês
  • inglês
  • alemão
  • russo
  • espanhol
  • italiano
  • sérvio-croata

Essa informação é obtida a partir do seguinte trecho de entrevista de Álvaro Vieira Pinto à Demerval Saviani, disponível no livro “Sete lições sobre educação de adultos”:

Saviani — E os seus conhecimentos de línguas?
Vieira Pinto — Bom, isso aí foi um pouco inclinação natural que eu tive sempre pelas línguas e fui aprendendo com a leitura, não tive professor particular, fui aprendendo quase que sozinho, decorando palavras e aprendendo textos, exceto o grego que aprendi com um rapaz ex-seminarista que sabia muito bem o grego e que me deu aulas, uma vez por semana, durante 2 anos.
Saviani — No Colégio Santo Inácio o senhor não estudava línguas?
Vieira Pinto — Só inglês e francês e foi mesmo a única base que tive, porque eu estudava seriamente e a prova está que só com aquele estudo pude me preparar para o trabalho de leitura e conversação em inglês e francês. O alemão foi por acaso. Estudei sozinho lendo gramáticas e livros de textos. O russo, eu tive por professor um começo de ensino com um velho oficial de marinha, refugiado, que me dava aulas gratuitamente e depois sozinho com dicionários e textos fui aos poucos me desenvolvendo.
Saviani — Mais uma coisa sobre as línguas. E o latim o senhor estudou no Colégio Santo Inácio?
Vieira Pinto — Sim, o latim estudei no Colégio Santo Inácio. Era um bom estudo.
Saviani — O senhor então domina o latim, o grego, o francês, o inglês, o alemão, o russo, o espanhol e o italiano?
Vieira Pinto — Sim. Tenho conhecimentos suficientes desses idiomas. Mais tarde aprendi um pouco de sérvio-croata, quando estive no exílio na Iugoslávia, mas isso foi uma coisa efêmera, pois sabia que não precisava mais daquele estudo. Estudei para ler o jornal daquele país para saber as, notícias da nossa terra.”  (Álvaro Vieira Pinto em entrevista concedida a Dermeval Saviani, 1981 In. VIEIRA PINTO, 2010, p.15-16)

Rua Álvaro Borges Vieira Pinto (Campos dos Goytacazes, RJ)

A Lei nº 8.441, de 02 de outubro de 2013, da Prefeitura Municipal da Campos dos Goytacazes decretou uma lei que denomina “Álvaro Borges Vieira Pinto” a que anteriormente era denominada Rua “14” (com início na Avenida Dr. Newton Guaraná e término na Rua “4”) no loteamento construído pelo Programa Morar Feliz, no Bairro da Penha, na cidade natal de Álvaro Vieira Pinto, Campos dos Goytacazes,

A lei pode ser verificada no Diário Oficial do Município de Campos dos Goytacazes (DOM-GOY-RJ) de 23 de Outubro de 2013, no sítio eletrônico: http://www.jusbrasil.com.br/diarios/60829835/dom-goy-rj-23-10-2013-pg-1

 

Abaixo, seguem imagens do Google Maps desta rua (R. Quatorze), em captura de tela realizada em 12 de maio de 2015:

ruaAVPemCampos1-mapa ruaAVPemCampos2-mapa

ruaAVPemCampos4-streetview ruaAVPemCampos5-streetview ruaAVPemCampos3-streetview

Qual a influência da obra de Lukács no pensamento de Álvaro Vieira Pinto?

Alguns elementos dos fundamentos da compreensão da relação entre ser humano e o mundo/realidade lembram a abordagem de Lukács sobre o mesmo assunto, sendo que tanto Lukács e Vieira Pinto abordaram criticamente o existencialismo (o primeiro negando e o segundo se apropriando) com fundamentação marxista. Também pode ser possível que Vieira Pinto pudesse ter sido chamado para traduzir alguma obra de Lukács.

Qual a relação entre os dois autores?

Contribua para este debate: deixe sua contribuição nos comentários abaixo.

Jean Paul-Sartre e Álvaro Vieira Pinto se encontram?

Sim.

Sartre foi um filósofo da existência, e Vieira Pinto apresenta em sua obra vários elementos do existencialismo, inclusive comentando, criticando e fazendo releituras de conceitos de Sartre (especialmente os conceitos de: projeto, em-si e para-si).

Vieira Pinto esteve na França (entre 1949 e 1959), apresentando sua tese de doutoramento sobre Platão. Visitou a Sorbonne, universidade de Sartre. Por sua vez, Sartre esteve no Brasil em 1960 e visitou o ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros), no qual Vieira Pinto era diretor do departamento de Filosofia.

Segundo informação levantada por Luiz Ernesto Merkle na base de dados da Biblioteca Nacional, o jornal Última Hora, Rio de Janeiro, Têrça-Feira, 30 de Agôsto de 1960 Página 3, na Coluna NA HORA H, de José Mauro, consta a seguinte notícia:

sartre_vieirapinto_no_brasil-noticia

Título Principal da Coluna: Satrre Visitou o Morro da Babilônia
Em “Sete Notícias”
1 Ontem, pela manhã, conversaram no bar do Hotel Miramar, em Copacabana, com o filósofo Jean-Paul Sartre, os Professores Rolan Corbisier, Álvaro Vieira Pinto e Cândido Mendes de Almeida. A conversa, que durou mais de três horas, versou sobre nacionalismo e colonialismo.

[Link para a página completa deste jornal]


Possui outras informações e referências? Contribua para este debate: deixe sua contribuição nos comentários abaixo.