Sobre 3º e futuros Colóquios: ideias para uma Rede descentralizada

Retomando a breve história do Colóquio Álvaro Vieira Pinto, a 1º edição foi realizada em 2016, na UNESC (Criciúma, SC), por Rafael Rodrigo Mueller e Graziela Fatima Giacomazzo, visando instigar o debate sobre pensamento de Álvaro Vieira Pinto. O prof. Rafael Rodrigo Mueller sugeriu que o evento tivesse realização contínua, de forma itinerante, passando por cidades diferentes. Em contato com a Rede de Estudos sobre Álvaro Vieira Pinto, com o Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade (PPGTE) da UTFPR e com Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) da PUCRS, a 2ª edição foi organizada e realizada em 2017 na UTFPR (Curitiba, PR) por Rodrigo Freese Gonzatto, Luiz Ernesto Merkle, Rafael Rodrigo Mueller, Edla Eggert.

Durante o 2º Colóquio Álvaro Vieira Pinto, diversas/os pesquisadoras/es sinalizaram interesse em sediar um 3º Colóquio. Ao invés de tomar uma decisão unilateral por quem irá (e quem não irá) sediar o próximo Colóquio, ou, ainda, precisar criar mecanismos formais para decidir onde será e quem fará o evento (votações, sistema de membros, etc), a organização do último Colóquio sugere uma solução descentralizada: que aqueles/as que desejam/em criar eventos sobre Álvaro Vieira Pinto, que os planejem, divulguem e realizem. E que a Rede continue com seu papel de apoiar as pesquisas e estudos sobre Álvaro Vieira Pinto.

A Rede de Estudos sobre Álvaro Vieira Pinto não visa centralizar o debate sobre Vieira Pinto neste ou outro espaço específico. Mudamos o nome de “Centro” para “Rede” com este objetivo, promovendo a formação da comunidade (pelo grupo de facebook e a lista de email), gerindo meios de divulgação (este site e a página no facebook) e disponibilizando recursos abertos e livres (levantamento da coleção de referências, dados sobre Álvaro Vieira Pinto e edição da wikipedia).

Acreditamos que existe espaço e interesse na realização de muitos outros eventos sobre Álvaro Vieira Pinto, de modo distribuído. Atualmente, não temos uma “saturação” de debates sobre Vieira Pinto, mas o contrário: precisamos de mais debate! Acreditamos que em um mesmo ano podem haver dois ou mais Colóquios (e outros eventos: Seminários, Congressos, Encontros, etc), se assim houverem pessoas dispostas para realizá-los e público interessado em participar. Enquanto evento presencial, é preciso ativar a comunidade local e regional, sendo que o contato via rede web/internet pode articular contatos entre diferentes localidades. Deste modo, o sistema de numeração de Colóquios pode ser abandonado para uma nomenclatura que cada grupo pode criar com mais autonomia. Exemplo de formato para nome: “Colóquio Álvaro Vieira Pinto (Ano, Cidade)”, tal como, por ex, os já realizados: Colóquio Álvaro Vieira Pinto (2016, Criciúma) e Colóquio Álvaro Vieira Pinto (2017, Curitiba).

Entendendo que os dois Colóquios já realizados foram considerados interessantes pela comunidade, buscamos pontos que acreditamos constituírem um formato básico para futuros Colóquios, neste modelo descentralizado. A base destes três pontos é a noção de desenvolvimento de uma comunidade de trabalho conjunto:

  1. Evitar conteúdo exclusivamente endogênico. Oferecer palestras e/ou mesas com diferentes participações, evitando por exemplo, que as palestras do Colóquio sejam realizadas apenas pelos/as próprios/as organizadores/as, estimulando a troca entre o diversos grupos que pesquisam Vieira Pinto. Deste modo, o Colóquio pode oxigenar a comunidade local/regional e permitir a interação entre comunidades interessadas.

  2. Registrar as palestras e do conteúdo do evento (preferencialmente em vídeo), para que aqueles que não puderem comparecer no local/data, e para que futuros interessados possam se informar e estudar, mantendo a memória do evento e da pesquisa sobre Vieira Pinto. Este registro deve ser disponibilizado para acesso público com licença pública que permita acesso, uso, armazenamento e distribuição. O Colóquio ganha força ao produzir para toda a comunidade, não apenas os presentes.

  3. Favorecer a participação da comunidade. Disponibilizar espaço no evento para uma agenda da comunidade, com espaço para apresentação de artigos, apresentação dos grupos de pesquisa ou debate entre pesquisadores/as e interessados, etc. Em caso de publicações, de qualquer tipo, que estas sejam disponibilizada para acesso público com licença pública que permita acesso, uso, armazenamento e distribuição.

Outra recomendação, é que o evento evolua, se tornando mais relevante e sadio para a comunidade. No evento de 2017 houveram situações de constrangimento e, deste modo, recomenda-se fortemente que, a partir de 2018, todo evento no mínimo inclua a instituição e divulgação de políticas anti-assédio, como, por exemplo: http://softwarelivre.org/flisol2015-curitiba/politica-anti-assedio

Acreditamos que estas indicações formam uma base para que o evento mantenha um compromisso de formação de comunidade e produza materiais que sirvam à estudantes, professores/as e pesquisadoras/es, atuais e do futuro, mesmo que não participem presencialmente do evento. Em breve disponibilizaremos aqui no Rede de Estudos Álvaro Vieira Pinto materiais, informações, planilhas e documentos utilizados para realizar o Colóquio de 2017 em Curitiba, a fim de ajudar a organização dos futuros Colóquios, e incentivar atividades que promovam nossas comunidades de pesquisa.

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