Arquivo do autor:Rede Álvaro Vieira Pinto

Considerações sobre o milagre: A objecção da conservação da energia

Considerações sobre o milagre: A objecção da conservação da energia
Artigo, 1929

VIEIRA PINTO, Álvaro. Considerações sobre o milagre: A objecção da conservação da energia. In: A Ordem. ano VIII, vol. I, n.1 (especial) e n.2 (nova série). Rio de Janeiro: Typ. do Annuario do Brasil, 1929. p.20–29.

O Poema de Parmênides

O Poema de Parmênides: Tradução literal sobre o têxto grego, segundo Mullach
Poema traduzido, 1951

VIEIRA PINTO, Álvaro. O Poema de Parmênides: Tradução literal sobre o têxto grego, segundo Mullach. In: Diretório Acadêmico da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, Rio de Janeiro, mar. 1951. p.11–15.

Acesso a obra:

➡     Acessar artigo no repositório Arcaz da UTFPR – Curitiba

➡     Acessar artigo no arquivo da do CLE/Unicamp

Sobre a obra:

  • “Em março de 1951, publicou na revista estudantil do Diretório Acadêmico da FNFi sua tradução fielmente literal do Poema de Parmênides.” (CÔRTES, 2003, p.318)
  • “Em 1951, Vieira Pinto publicará na Revista do Diretório Acadêmico da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, sua tradução do Perì Phýseos de Parmênides, e em 1952, na Revue des Études Grecques, um pequeno comentário ao passo 43b, do Timeu, no qual propõe uma leitura das dificuldades de tradução (…)“ (MORAES AUGUSTO, 2009/10, p.116)

Pseudônimos utilizados por Álvaro Vieira Pinto como tradutor

Álvaro Vieira Pinto realizou diversas traduções, muitas delas sob os pseudônimos de:

  • Francisco M. Guimarães
  • Mariano Ferreira
  • Floriano de Souza Fernandes

Sabe-se dessa informação a partir das pesquisas de Norma Côrtes, cujas referências estão listadas abaixo:

  • “Cassado, Vieira se refugia. Em companhia de sua esposa, D. Maria, esconde-se no interior de Minas Gerais. Durante este período, por motivos de segurança adota o pseudônimo de Francisco Guimarães — um dos nomes fictícios com que mais tarde assinará diversas traduções para a Editora Vozes. Em setembro de 1964, ajudado novamente por Ênio Silveira, pediu formalmente asilo à Iugoslávia.” (Ênio Silveira apud CÔRTES, 2003, p.322)
  • “De 1970 a 1978, Vieira se fecha em seu apartamento. Precocemente aposentado e sem trabalho regular, se mantém traduzindo para a Vozes, editora católica sediada na cidade de Petrópolis, sob os pseudônimos de Francisco M. Guimarães, de Mariano Ferreira ou de Floriano de Souza Fernandes.”  (CÔRTES, 2003, p.323)

É possível que algumas dessas traduções sob pseudônimos ainda não tenham sido encontradas.

Traduções não encontradas de Álvaro Vieira Pinto

Apesar de existirem diversas traduções já identificadas como sendo de autoria de Álvaro Vieira Pinto, ainda existem dúvidas sobre o total de suas traduções.

A partir da referência abaixo, fornecida por Álvaro Vieira Pinto em entrevista, especula-se que existam traduções não encontradas de pequenos panfletos, trabalho de tradução realizado durante sua estadia no Chile:

  • “Saviani — O trabalho principal que o senhor fez no Chile, foram esses cursos?
    Vieira Pinto — Esses cursos e ao mesmo tempo também tinha conseguido que um amigo brasileiro que trabalhava no CELADE (Centro Latino-Americano de Demografia) me apresentasse à Diretora que me deu trabalho de tradução de alguns pequenos panfletos. (Álvaro Vieira Pinto em entrevista concedida a Dermeval Saviani, 1981 In. VIEIRA PINTO, 2010, p.20)

Também acredita-se que existam outras traduções não encontradas de obras traduzidas sob pseudônimos, visto que são difíceis de serem identificadas.

Introdução do livro “Razão e anti-razão em nosso tempo” de Karl Jaspers

JASPERS, Karl. Razão e anti-razão em nosso tempo
Introdução de livro, 1958

VIEIRA PINTO, Álvaro. Introdução. In: JASPERS, Karl. Razão e anti-razão em nosso tempo. Tradução por Álvaro Vieira Pinto. Rio de Janeiro: Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), 1958. (Coleção Textos de Filosofia Contemporânea, 1)

Sobre a obra:

  • “Além de traduzir o livro, escreveu a “Introdução” Razão e anti-razão em nosso tempo, de Karl Jaspers, publicado pelo ISEB em 1958.” (CÔRTES, 2003, p.320)
  • “Álvaro Vieira Pinto estava totalmente envolvido por esse revival historicista-fenomenológico-existencialista. Em 1956, meses antes de assumir a chefia do Departamento de Filosofia do ISEB, ofereceu um curso na Universidade de Assunção sobre a Filosofia Atual, onde deu aulas sobre esse percurso filosófico que vai de Kant a Jaspers. Os temas dessas lições de Assunção ressurgem quando ele traduz e publica, pelo ISEB, Razão e anti-razão de Karl Jaspers (o primeiro título da coleção Textos de Filosofia Contemporânea que o Instituto pretendia editar, mas não chegou a ir adiante); também serão retomados em 1960, em Consciência e realidade nacional, e continuarão presentes em Ciência e Existência, que escreveu em 1967 no Chile, já no exílio.” (CORTES, 2006, p.298-299)
  • “Vieira Pinto apresentou a coleção e a intenção de publicar posteriormente os mais representativos pensadores das principais correntes filosóficas do período, isto é, a filosofia da existência (em seu diálogo com), o marxismo e, finalmente, a filosofia analítica. O plano editorial não chegou a ser realizado, mas estavam previstos os lançamentos de livros de Gabriel Marcel, Jean Paul Sartre, A. J. Ayer, Ortega y Gasset, Lefêvre e Lukács.” (CÔRTES, 2006, p.299)

Prefácio do livro “Ideologia e Realidade” de Michel Debrun

DEBRUN, Michel. Ideologia e Realidade
Prefácio de livro, 1959

VIEIRA PINTO, Álvaro. Prefácio. In: DEBRUN, Michel. Ideologia e Realidade. Rio de Janeiro: Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), 1959. (Coleção Textos Brasileiros de Filosofia, 5)

Sobre a obra:

  • “Em 1959, ainda como chefe do departamento de Filosofia, prefacia, a convite de Michel Debrun, a obra de duzentas e oitenta quatro páginas de sua autoria intitulada “Ideologia e realidade”, publicada pelo ISEB, no Rio de Janeiro, no mesmo ano.” (FÁVERI, 2014, p.99)

Manifesto do Comando dos Trabalhadores Intelectuais

Manifesto do Comando dos Trabalhadores Intelectuais (CTI)
Documento, 1963

Manifesto do Comando dos trabalhadores Intelectuais. Publicado em 07 out. 1963.

Sobre o documento (em livros):

  • “Álvaro Vieira Pinto foi também integrante da comissão diretora do Comando dos Trabalhadores Intelectuais, criado em 07 de outubro de 1963.” (LIMA, 2015, p.102)
  • ‘O Comando dos Trabalhadores Intelectuais (CTI) foi criado em 7 de outubro de 1962, com a proposta de “coordenar os vários campos em que se desenvolve a luta pela emancipação cultural do país – essencialmente ligada às lutas políticas que marcam o processo brasileiro de emancipação econômica (MORAES, 2011, p.53)”. Eram 13 integrantes da comissão diretora. Vieira Pinto fez parte desse grupo.’ (LIMA, 2015, p.108)
  • “Quanto à atuação do CTI, Ênio Silveira explica que: (…) “com o tempo, dada a nossa atuação em reuniões e atos públicos, passamos a ser considerados uma espécie de sindicato dos intelectuais. Como desgraçadamente veio o golpe, o CTI não chegou a ter maturação, embora tenha procurado colaborar ao máximo na luta pela democracia, inclusive mostrando que os arroubos românticos em nada contribuíam para evitar o golpe. (SILVEIRA apud MORAES, 2011, p.54).” (em LIMA, 2015, p.108)
  • “Vieira Pinto, no quadro dos diversos grupos considerados de esquerda, como citamos, atuou no CTI como membro da comissão diretora. No ISEB, como diretor, criticou o modelo econômico de JK, participou das mobilizações pelas reformas de base, se aproximou das pautas da União Nacional dos Estudantes (UNE) e publicou a obra “A Questão da Universidade” que serviu de base e direção para os estudantes no debate sobre a reforma universitária.” (LIMA, 2015, p.108)

Sobre o documento (em jornais):

Por que votar contra o parlamentarismo no plebiscito?

ISEB. Por que votar contra o parlamentarismo no plebiscito?
Documento, 1962

Instituto Superior de Estudos Brasileiros. Por que votar contra o parlamentarismo no plebiscito? Rio de Janeiro: ISEB, 1962. 31 ou 32p?

Observação: segundo informações (ver abaixo), este documento foi publicado pelo ISEB representando os professores (e alunos) do ISEB. Apesar de ser assinado por Vieira Pinto, há indicações de que foi escrito por Osny Duarte Pereira.

Acesso ao documento:

Disponível para pedido de cópia no Arquivo João Goulart, CPDOC-FGV [JG pr 1961.08.25].

Sobre o documento:

  • “Representando a Congregação de Professores e Alunos do ISEB, Álvaro Vieira Pinto ficou responsável por redigir, publicar e divulgar amplamente no Brasil, o documento composto de trinta e uma páginas intitulado “Por que votar contra o parlamentarismo no plebiscito?”, publicado em nome do e pelo ISEB, em 19 de outubro de 1962, no Rio de Janeiro.” (FÁVERI, 2014, p.99)
  • ‘(…) reproduzo abaixo trechos de meu depoimento Minha passagem pelo ISEB, publicado no ano passado em comemoração aos 40 anos de formação daquela instituição  [no livro PEREIRA , Osny Duarte. (1995). Minha passagem pelo ISEB; depoimento em seminários na Associação Brasileira de Imprensa e na Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, s. ed.]: (…) “Jango assumira a Presidência da República, manietado a um regime parlamentarista votado pelo Congresso, em poucas horas, regime que subsistiria, se fosse mantido através de um plebiscito. Outra vez coube ao ISEB explicar porque o regime parlamentarista era uma excrescência indefensável e fui incumbido de redigir o folheto de 31 páginas Por que votar contra o parlamentarismo no plebiscito?, distribuído em centenas de milhares pelo Brasil afora e que teria ajudado a esclarecer o povo e assegurar o restabelecimento de plenos poderes ao Presidente João Goulart, cassados pela frustrada tentativa de golpe, intentado pelos ministros militares do renunciante Jânio Quadros”. ‘ (Osny Duarte Pereira em trecho de PEREIRA , Osny Duarte. Minha passagem pelo ISEB; depoimento em seminários na Associação Brasileira de Imprensa e na Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, s. ed, 1995. apud PEREIRA, 1996, p.60-61, adição nossa)
  • “Por iniciativa do Ministério da Educação, cujo titular era Darcy Ribeiro, o ISEB, entidade ligada à burocracia do ministério, foi encarregado de confeccionar um panfleto para o convencimento do público quanto à necessidade de reversão ao sistema presidencial. O resultado foi Por que votar contra o parlamentarismo no plebiscito?, assinado por Álvaro Vieira Pinto, diretor da entidade. O panfleto foi aprovado pela congregação de professores do ISEB no dia 24 de outubro. Quando começou a circular com mais vigor, em dezembro, gerou protestos de setores conservadores no Congresso” (MELO, 2009, p.162)
  • “Mas, antes de tais declarações, o panfleto isebiano foi também alvo de campanha difamatória dos jornais conservadores. No início de dezembro, O Globo estampou a manchete “Dinheiro da Nação custeia propaganda comunista do ISEB”, e em reportagem afirmou tratar-se de um “manifesto vazado em termos perfeitamente harmônicos com a doutrina comunista”. Dando sequência à campanha difamatória contra o ISEB, O Globo publicou uma pequena reportagem, que vale a pena ser reproduzida:” (MELO, 2009, p.162)
  • “O diretor do ISEB, sr. Álvaro Vieira Pinto, declarou ontem a O GLOBO que a entidade se reserva o direito de não revelar a origem de sua brochura Por que votar contra o parlamentarismo no plebiscito?, que foi impressa sob encomenda do Ministro da Educação, Darcy Ribeiro.A publicação está vazada em dialética tipicamente comunista, e tem sido amplamente distribuída em órgãos públicos, organizações estudantis, entidades e ao público em geral. Inquirido a respeito do custo da publicação, de que verba saiu o pagamento e se há outros trabalhos encomendados, disse o sr. Álvaro Vieira Pinto que, sendo o ISEB um órgão diretamente subordinado ao Ministro da Educação, a este competia a divulgação de fatos referentes à vida e atividades da entidade.”(Jornal O Globo, 5 de dezembro de 1962, p.7 apud MELO, 2009, p.163)
  • “Mas ao lado deste tipo de campanha ideológica, também tiveram vez ações mais extremadas contra o panfleto do ISEB e os próprios diretores da entidade, como as do governador da Guanabara, Carlos Lacerda, e do DOPS local. Segundo O Semanário, o panfleto isebiano foi objeto de perseguição da Polícia Política da Guanabara. (…) Tanto Lacerda como os agentes do DOPS tentaram negar a prisão de Álvaro Vieira Pinto e a tentativa de apreensão do panfleto, mas o advogado de defesa do diretor do ISEB reafirmou a existência da ação arbitrária e a invasão da Gráfica Lux (onde foi impresso o panfleto), onde se tentou “apreender centenas de exemplares que lá se encontravam, bem como as matrizes tipográficas”. Tal ocorrido motivou o órgão da Frente Parlamentar Nacionalista a publicar em primeira mão todo o panfleto. “Em primeira mão na imprensa do país o folheto proibido do ISEB”, assim noticiou O Semanário na capa de sua edição de número 315.” (MELO, 2009, p.163)
  • “Segundo a pesquisadora Alzira Alves Abreu, o mesmo [panfleto, Por que votar contra o parlamentarismo no plebiscito?] foi na verdade redigido pelo chefe do Departamento de História do ISEB, Osny Duarte Pereira* — um jurista nacionalista, identificado com as campanhas pelo petróleo e colaborador permanente de O Semanário —. sendo sua assinatura por Álvaro Vieira Pinto (diretor do ISEB) talvez uma estratégia para reafirmar que seu conteúdo era aprovado por todo o instituto. Trata-se de um documento dividido em trinta e seis pontos, iniciando com uma reflexão histórica sobre as formas de governo, desde a Antigüidade clássica, passando logo em seguida pela China imperial, onde, segundo o autor, teria tido origem a idéia de divisão de poderes. Em seu conjunto, o panfleto se divide em argumentos antiparlamentarisrtas que envolvem uma justificativa ou razão histórica, uma razão jurídica e uma razão política na orientação do voto do leitor.” (MELO, 2009, p.164-165, adição nossa) (* em nota de rodapé consta: (ABREU, Alzira Alves. “Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb).” In: FERREIRA & AARÃO REIS, As esquerdas no Brasil. op. cit., p.409-432, a informação está na página 430)
  • “A rigor, é possível observar certa interpretação marxista difusa na primeira parte do panfleto (…) Da metade ao final do panfleto o marxismo difuso é substituído pelo tradicional discurso nacionalista do ISEB, certamente naquele colorido apropriado da esquerda nacionalista. (…) Mas o que de fato irritou os conservadores de todos os matizes (golpistas inclusive) não foram as fontes teóricas de Por que votar contra o parlamentarismo — certamente obscuras para a maior parte dos potenciais leitores — e sim a narrativa sobre os acontecimentos de agosto de 1961. Nesta apresenta-se o cerne do argumento dos setores da esquerda nacionalista: o parlamentarismo foi um “golpe branco”, como bem afirmou em agosto/setembro de 1961, o deputado trabalhista Almino Afonso, citado no panfleto. No trecho em que trata da campanha pela antecipação do plebiscito, há o destaque para as greves gerais políticas de 5 de julho e 15 de setembro de 1962, eventos que, como vimos, setores da direita, na imprensa e no parlamento, preferiam dizer que foram “fracassados”. (…) Outro momento do panfleto discute a razão jurídica para se opor ao parlamentarismo instituído em agosto/setembro de 1961. Discute-se que, embora não decretado formalmente, o estado de sítio imperou no País no momento em que foi aprovado o Ato Adicional no Congresso, o que tornava qualquer mudança constitucional um “golpe”.” (MELO, 2009, p.166)
  • “Em seguida, o documento adentra na razão política para o voto contrário ao parlamentarismo no plebiscito. O panfleto define em diversos momentos o Congresso como formado por elementos conservadores, afirmação que certamente irritou os parlamentares que, como vimos, atacaram o panfleto. Mas, tal como se faz presente em diversos documentos da esquerda nacionalista, diz-se que os problemas do povo brasileiro estão além da disjuntiva parlamentarismo versus presidencialismo, sendo reproduzido, em favor de tal argumento, um manifesto da CNTI de 9 de agosto de 1962, quando ainda não havia sido antecipado o referendo, mas onde se lê que “as medidas que o povo reivindica não dependem, fundamentalmente, dessa consulta” e sim da “constituição de um Governo Nacionalista e Democrático” que realize as reformas de estrutura. Por fim, o NÃO no plebiscito é recomendado em primeiro lugar, para desfazer os “efeitos do golpe direitista” de agosto e, em segundo lugar, para dar a Goulart a possibilidade de realizar as reformas de base.” (MELO, 2009, p.167)

Recepção:

  • ver pronunciamentos com críticas ao “Porque votar contra o parlamentarismo no plebiscito”, no site do Senado.

Trechos do documento:

  • “A teoria da divisão dos poderes, em legislativo, executivo e judiciário, apresentava-se, mais uma vez como instrumento tático da luta de uma classe — a burguesia — para introduzir-se no governo. Não significava isto nenhuma transformação para o povo propriamente dito, pois, este permaneceu miserável, desprotegido e submisso aos governantes que continuavam a explorá-lo com a mesma impiedade de antes. Os dados estatísticos levantados mostraram que a pauperização prosseguiu na mesma escala. Em França, como na Inglaterra, a “Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão” asseguravam a intocabilidade do direito de propriedade, como um dos postulados da Revolução Francesa, passado o período da derrubada das instituições feudais em 1789.” (Por que votar conta o parlamentarismo no plebiscito? Rio de Janeiro: ISEB, 1962, p.8 apud MELO, 2009, p.163)
  • “Portanto, o que se deve ter em conta não é se o estado de sítio foi decreto, mas se o estado de sítio existiu. Foi, efetivamente, o que aconteceu em agosto de 1961: os detentores do poder não formalizavam o estado de sítio, existindo o estado de convulsão no país, justamente porque isso lhes restaria, formalmente, as condições para alterar a constituição. (…)“Ora, quem ousará dizer que o Brasil não se encontrava em estado de sítio ao ser votada a emenda parlamentarista?Milhares de cidadãos foram presos em diferentes Estados do Brasil, ao declararem os ministros militares que não admitiam o regresso do Vice-Presidente da República ao país. Empastelaram-se jornais, fecharam-se as vias de saídas a certos cidadãos, instituindo a censura, vasculharam-se os aviões para prender o Vice-Presidente, ou qualquer pessoa que, regressando, ou destinando-se ao Exterior, pudesse ser suspeita na qualidade de emissário. O Vice-Presidente da República, em vez de poder regressar diretamente ao Brasil, foi obrigado a realizar uma longa volta e ficar retido, em Porto Alegre, até que se votasse a emenda constitucional, ao mesmo tempo em que, para atemorizar o povo e desencorajar resistências, comunicados oficiais dos ministros militares participavam deslocamentos de navios de guerra e de batalhões.” (Por que votar conta o parlamentarismo no plebiscito? Rio de Janeiro: ISEB, 1962, p.24-25 apud MELO, 2009, p.166)
  • “O NÃO será um crédito de confiança ao Senhor Presidente da República e a afirmativa de que o povo não pactua com golpes palacianos para alterar as instituições, nem se solidariza com grupos que se prestem a servir a interesses estrangeiros, em detrimento das aspirações de independência do Brasil.”  (Por que votar conta o parlamentarismo no plebiscito? Rio de Janeiro: ISEB, 1962, p.31 apud MELO, 2009, p.167)