Porque os ricos não fazem greve?

Porque os ricos não fazem greve?
Livro, 1962

VIEIRA PINTO, Álvaro. Porque os ricos não fazem greve? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1962. 120 p. (Cadernos do Povo Brasileiro, 4)

Edição lançada em Portugal:

VIEIRA PINTO, Álvaro. Os ricos não fazem greve – porquê? 1ª ed. Portugal: Editora DiAbril, 1975. 110 p. (Coleção Universidade do Povo, 4)

Acesso a obra:

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Sobre os Cadernos do Povo Brasileiro:

  • Este livro também foi publicado em Portugal, com o nome “Os ricos não fazem greve – porquê?” (1a edição de 1975, Editora DiAbril, 110p.)  Integrou a “Coleção Universidade do Povo”, sendo o número 4 desta coleção. (Esta informação foi encontrada em SILVA, Flamarion Maués Pelúcio Silva. Livros que tomam partido: a edição política em Portugal, 1968-80. Vol. 1. Tese de Doutorado. Programa de História Social do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2013)
  • “No contexto histórica pré-64, os Cadernos estavam fortemente marcados, entre outras coisas, pela produção teórica do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB; 1955-1964). Foram editados no período de 1962 a 1964 pela Civilização Brasileira, no Rio de Janeiro, com coordenação editorial de Ênio Silveira. Os diretores da coleção eram o próprio Silveira e Álvaro Vieira Pinto, este diretamente ligado ao ISEB. Como outras publicações brasileiras, os Cadernos não escaparam à censura implacável da ditadura militar e, por isso, foram abruptamente interrompidos em 1964.” (LOVATTO, 2006, p.314)
  • “A coleção formou um conjunto de 24 volumes numerados, com alguns volumes extras. São diferentes autores, mas com temáticas bastante coordenadas entre si. Os temas incidem diretamente nas questões centrais e candentes do debate político nacional naquele período. Os títulos são diretos, explosivos e na forma de questionamento. (…) Os títulos e temas dos Cadernos revelam a expectativa dos diretores dessa coleção: que as publicações fossem instrumentos para a elevação da consciência popular, fornecendo subsídios para a intervenção prática de teórica no cenário político nacional. Perseguindo essa proposta de popularização, os Cadernos apresentavam um formato “de bolso”, eram escritos em linguagem acessível, com tiragem mínima inicial de 15 mil exemplares, tendo muitas vezes mais de uma edição.” (LOVATTO, 2006, p.314-p.315)
  • “A Coleção Cadernos do Povo Brasileiro, de parceria entre o ISEB e o CPC, vendeu milhares de exemplares. Vieira Pinto, juntamente com Ênio Silveira, coordenou a publicação dessa coleção e publicou o livro “Por que os ricos não fazem greve”, que vendeu mais de 40 mil exemplares.” (LIMA, 2015, p.105)
  • “Além do esforço das entidades que se responsabilizaram por sua divulgação em âmbito nacional, os Cadernos causaram este impacto sobre a sociedade, em função de sua numerosa tiragem. Publicados de 1962 a 64, estima-se que a tiragem total de seus exemplares tenha ultrapassado a impressionante marca de um milhão de exemplares. Aliada ao formato de bolso, que possibilitava a divulgação de mão-em-mão, é bem possível que essa marca tenha sido potencialmente multiplicada. O instigante tema do número 4, Por que os ricos não fazem greve?, escrito por Álvaro Vieira Pinto, atingiu – sozinho – a marca de 100 mil exemplares vendidos (Cf. SILVEIRA, 2003: 90).” (LOVATTO, 2010, p.91)

Sobre a obra:

  • “Em 1962, fez publicar dois livros: A questão da universidade e Por que os ricos não fazem greve? (…) o último é uma publicação da série Cadernos do Povo Brasileiro, cuja coordenação Vieira Pinto assumiu a convite de Ênio Silveira.”  (CÔRTES, 2003, p.320)
  • “Nesse mesmo ano [1992], Vieira Pinto produz e publica, pela editora Civilização Brasileira, Por que os ricos não fazem greve, composta de centro e dezoito páginas, obra que faz parte da coleção Cadernos do Povo Brasileiro.” (FÁVERI, 2014, p.99, adição nossa)
  • ‘Moraes (2011, p.26) relata um episódio curioso sobre esse livro: “em fevereiro de 1964, tocou o telefone no escritório de Ênio Silveira. Era o capitão Eduardo Chuahy, da Casa Militar da Presidência da República, que queria encomendar cerca de dez mil exemplares do livro de Álvaro Vieira Pinto […] A maior parte dos dez mil exemplares foi distribuída a sindicatos.“ ‘ (em LIMA, 2015, p.105)

A questão da Universidade

A questão da Universidade
Livro, 1962

VIEIRA PINTO, Álvaro. A Questão da Universidade. Rio de Janeiro: UNE/Editôra Universitária, 1962. (Cadernos Universitários, 1)

Reedições:

VIEIRA PINTO, Álvaro. A Questão da Universidade. São Paulo: Cortez Editora: Autores Associados, 1986. (Coleção Educação Contemporânea)

VIEIRA PINTO, Álvaro. A Questão da Universidade. 2a ed. São Paulo: Cortez Editora, 1994. (Coleção Educação Contemporânea)

Acesso a obra:

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Resenhas:

Sobre a obra:

  • “Este livro [A Questão da Universidade] de Álvaro Vieira Pinto foi escrito no alvorecer da década de 60 e publicado pela editora da UNE (União Nacional de Estudantes).Seu conteúdo é a expressão viva da coragem e idoneidade intelectual do autor. De forma serena e refletida constitui, no entanto, um libelo de certo modo violento ao elitismo, conservadorismo, arcaísmo e alienação das estruturas universitárias a serviço da dependência cultural imposta pelos interesses dos grupos que dominam economicamente e, por consequência, impõem seu poder ao conjunto da sociedade.” (Introdução de Demerval Saviani escrita em dez. 1985 apud VIEIRA PINTO, 1986, p.5, adição nossa)
  • “É importante situar e datar o livro [A questão da Universidade]. Escrito em 1961, situa-se no bojo do processo que então se caracterizava como pré-revolucionário. Esta situação demarca as lutas da época. A sociedade tendia a se polarizar entre os que se colocavam a favor do objetivo revolucionário empenhando-se em tornar realidade a tendência em curso e aqueles que se colocavam contra, procurando preservar a ordem vigente e se utilizando de todos os recursos disponíveis para frustrar os intentos transformadores.” (Introdução de Demerval Saviani escrita em dez. 1985 apud VIEIRA PINTO, 1986, p.5, adição nossa)
  • “[…] aquele livro [A questão da Universidade] foi uma conferência que fiz em Belo Horizonte e depois a diretoria da antiga UNE me pediu para publicar.” (Álvaro Vieira Pinto em entrevista concedida a Dermeval Saviani, 1981 In: VIEIRA PINTO, 2010, p.22, adição nossa)
  • “Em 1962, fez publicar dois livros: A questão da universidade e Por que os ricos não fazem greve? O primeiro resulta de conferências feitas em Belo Horizonte, publicadas pela Editora Universitária, formada por lideranças estudantis ligadas à União Metropolitana e à UNE (…)”  (CÔRTES, 2003, p.320)
  • “No início dos anos 60, época das grandes mobilizações de massa para as reformas de base, entre elas a do ensino, Vieira Pinto produz a obra A questão da universidade, originária de uma conferência proferida em Belo Horizonte e publicada naquele ano pela UNE. A obra é composta por cento de duas páginas e mais tarde publicada pela Editora Cortez. Parece que essa obra foi produzida em 1962.” (FÁVERI, 2014, p.99)
  • “Esse livro representa a mobilização em torno do processo da reforma universitária, motivada pelas contradições no interior das instituições, mas também pelas condições sociais da época.” (LIMA, 2015, p.108)

Consciência e Realidade Nacional

Consciência e Realidade Nacional
Livro [2 volumes], 1960-1961

. Consciência e Realidade Nacional. Rio de Janeiro: Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), 1960. 2 v. (Coleção Textos Brasileiros de Filosofia, 1)

Acesso a obra:

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Resenhas:

Sobre a obra:

  • “Na chefia do Departamento de Filosofia do Instituto, inicia a confecção de “Gênese e formas da consciência nacional”. Publicado em dois grandes volumes – o primeiro em setembro de 1960 e o segundo em junho de 1961 – sob o título de Consciência e realidade nacional (…) Motivo de rápida reação do público especializado, entre maio de 1962 a abril do ano seguinte, CRN foi objeto de vários comentários críticos.” (CÔRTES, 2003, p.320)

Filosofia Actual

Filosofia Actual
Apostila, 1957
Livro, 2022

VIEIRA PINTO, Álvaro. RIVAROLA MATTO, José María (Colab.) Filosofía actual: Notas de aula por José Maria Rivarola. Mimeografado. Asunción, Paraguay: Misión Cultural Brasileña, 1957. 146 p.

Edições:

VIEIRA PINTO, Álvaro. Filosofia actual: notas de aulas por José Maria Rivarola Matto. Curitiba: Rede Álvaro Vieira Pinto [Rodrigo Freese Gonzatto, Luiz Ernesto Merkle, Norma Côrtes, Rafael Rodrigo Mueller (Orgs.)], 2022.

Acesso a obra:

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Sobre a obra:

  • “Em maio de 1956, através do Itamaraty e a convite do embaixador do Brasil no Paraguai, Negrão de Lima, Álvaro Vieira Pinto leciona na Universidade Colombiana e também na Universidade Nacional do Paraguai, onde recebe o título de doutor honoris causa. Por iniciativa da missão cultural brasileira, as anotações de seus alunos em Assunção foram publicadas no ano seguinte sob o título Filosofia Actual. Revista e aprovada pelo autor, esta apostila é uma notável exposição da fenomenologia, do existencialismo e das principais idéias de Kierkergaard, Heidegger, Sartre e Karl Jaspers.” (CÔRTES, 2003, p.318)
  • “No mês de abril de 1957, como resultado de um curso dado por Vieira Pinto sobre Filosofia em Assunción, batizado como Missión Cultural Braisliana, foram publicadas, por José Maria Rivarola Matto, anotações de aulas, composto de 145 páginas, como título Filosofia actual, que se encontra na língua espanhola, ainda inédito no Brasil.” (FÁVERI, 2014, p.99)
  • “Álvaro Vieira Pinto estava totalmente envolvido por esse revival historicista-fenomenológico-existencialista. Em 1956, meses antes de assumir a chefia do Departamento de Filosofia do ISEB, ofereceu um curso na Universidade de Assunção sobre a Filosofia Atual, onde deu aulas sobre esse percurso filosófico que vai de Kant a Jaspers. Os temas dessas lições de Assunção ressurgem quando ele traduz e publica, pelo ISEB, Razão e anti-razão de Karl Jaspers (o primeiro título da coleção Textos de Filosofia Contemporânea que o Instituto pretendia editar, mas não chegou a ir adiante); também serão retomados em 1960, em Consciência e realidade nacional, e continuarão presentes em Ciência e Existência, que escreveu em 1967 no Chile, já no exílio.” (CORTES, 2006, p.298-299)

Ideologia e Desenvolvimento Nacional

Ideologia e Desenvolvimento Nacional
Livro, 1956

VIEIRA PINTO, Álvaro. Ideologia e Desenvolvimento Nacional. Ministério da Educação e Cultura (MEC) / Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), 1956. 48 p.

Reedições:

VIEIRA PINTO, Álvaro. Ideologia e Desenvolvimento Nacional. 2a ed. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura (MEC) / Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), 1959. (Textos Brasileiros de Filosofia, 4).

VIEIRA PINTO, Álvaro. Ideologia e Desenvolvimento Nacional. 3a ed. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura (MEC) / Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), 1959. (Textos Brasileiros de Filosofia, 4)

VIEIRA PINTO, Álvaro. Ideologia e Desenvolvimento Nacional. 4a ed. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura (MEC) / Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), 1960. 54 p. (Textos Brasileiros de Filosofia, 4)

Edição em língua espanhola:

VIEIRA PINTO, Álvaro. Ideología y desarrollo nacional. Centro Interamericano de Desarrollo Rural y Reforma Agraria: Bogotá, 1969. 17 p. 28 cm. Mimeografado.

Outras republicações:

VIEIRA PINTO, Álvaro. Ideologia e desenvolvimento nacional. In. MUNTEAL, Oswaldo J.; VENTAPANE, Jacqueline; FREIXO, Adriano de (Org.) Brasil de João Goulart: um projeto de nação. Contraponto: Rio de Janeiro, 2006. p.69-92. [não verificado: qual edição foi publicada aqui, como capítulo do livro]

Acesso a obra:

⬇     Baixar (arquivo PDF) do facsímile da obra (edição de 1960), da Revista Estudos Políticos

➡     Acessar livro (edição de 1960) no repositório Arcaz da UTFPR – Curitiba

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Sobre as edições:

  • Primeira edição de 1956. Em português. Impresso pelo Serviço Gráfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Na edição do livro da qual (eu, Rodrigo Freese Gonzatto) obtive esses dados, data na capa a data de 1956. Porém, na contracapa está 1957. Nas últimas páginas do livro, 1956.
  • Foi republicado em 1960, com pequenas modificações no texto, conforme o próprio autor informa no livro.
  • Existe uma edição em espanhol, de nome “Ideología y desarrollo nacional”, publicada pelo Centro Interamericano de Desarrollo Rural y Reforma Agraria, de Bogotá, em 1969  (17 páginas, 28 cm., mimeografado). Está indicada, sem acesso, no Google Books, que informa que a edição foi disponibilizada pelo acervo da University of Texas, e este livro consta como item no acervo desta universidade americana.

Sobre a obra:

  • “Aula inaugural do Curso Regular do Instituto Superior de Estudos Brasileiros, pronunciada em 14 de maio de 1956, no Auditório do Ministério da Educação e Cultura” (VIEIRA PINTO, 1956, p.7)
  • “Em 14 de maio de 1956, no auditório do prédio do MEC, com a presença do presidente Juscelino Kubitschek, proferiu a aula inaugural do ISEB: “Ideologia e desenvolvimento nacional”.” (CÔRTES, 2003, p.319)

Ensaio sobre a dinâmica na cosmologia de Platão

Ensaio sobre a dinâmica na cosmologia de Platão
Tese, 1949

VIEIRA PINTO, Álvaro. Ensaio sobre a Dinâmica na Cosmologia de Platão. (Tese para a Cátedra de História da Filosofia) Rio de Janeiro: Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, 1949.

 

Sobre a obra:

  • “Cf. VIEIRA PINTO, 1949, p. 10-35. A tese, embora, concluída e impressa (datilografada) com data de maio de 1949, foi defendida em 1950.” (MORAES AUGUSTO, 2009/10, p.115 *em nota de rodapé)
  • “Além da influência do Pe. Maurílio T. L. Penido e da amizade com o físico Plínio Susekind Rocha, Vieira Pinto conviveu com os professores Émile Bréhier, que foi professor da UDF [Universidade do Distrito Federal], e René Poirier, que foi responsável pela cadeira de História da Filosofia na FNFi, com quem pode discutir a hipótese central de sua tese de cátedra: de que na concepção de phýsis, exposta no Timeu e nas Leis já está contido o princípio da inércia, incluído na estrutura de seu “sistema de Natureza”.” (MORAES AUGUSTO, 2009/10, p.115, adição nossa)
  • “No prefácio da tese de cátedra, relata sua estadia de um ano em Paris, agradecendo a Émile Bréhier pelo convívio e pelas discussões acerca do texto, e a Pierre Maxime Schuhl pelo convite que lhe foi feito por ele para “ocupar a cátedra de Filosofia Grega da Sorbonne, que as suas lições tanto ilustram, para expor aos seus alunos as ideias contidas nesta dissertação” e que “pela leitura dos fragmentos do escrito e pelo debate pessoal as julgou dignas de serem divulgadas”, daí que “neste agradecimento se envolve a gratidão de que nos tocou a gentileza de sua crítica erudita, tanto a particular como a que teceu no seminário de debates originados em torno das concepções aqui apresentadas.” (MORAES AUGUSTO, 2009/10, p.115-116)
  • “Vieira viaja para a Europa onde permanece durante um ano estudando na Sorbonne. Em contato com o ambiente filosófico europeu do pós-guerra, prepara o seu ensaio sobre o Timeu de Platão (tese posteriormente apresentada no concurso para a cátedra de filosofia). Este ensaio foi discutido e aprovado por vários helenistas consagrados e à primeira vista trata de uma questão técnica a respeito da passagem 43b do Timeu, propondo uma tradução mais adequada ao trecho original. Ela se inscreve na tradição da escola histórica alemã e está filiada às tentativas heideggerianas de estabelecer uma linguagem mais fidedigna do texto filosófico relativo ao seu contexto histórico.” (CÔRTES, 2003, p.318)
  • “Na França fiquei quase um ano estudando; aí eu já tinha em mente o tema da minha tese, para defesa da cátedra na Faculdade de Filosofia na volta. Foi a tese sobre a cosmologia de Platão. Dei duas conferências sobre essa tese lá em Paris que foi discutida, muito comentada. Recolhi material e com isso fiz o meu trabalho aqui no Brasil para apresentá-lo na Faculdade [Nacional de Filosofia].” (Álvaro Vieira Pinto em entrevista concedida a Dermeval Saviani, 1981 In: VIEIRA PINTO, 2010, p.14-15, adição nossa)
  • “Ao retornar em 1950, torna-se o titular da cadeira de História da Filosofia da FNFi. Sua longa tese de livre-docência, Ensaio sobre a dinâmica na cosmologia de Platão, dedicada a San Thiago Dantas, deu origem a pequeno trabalho especial publicado na Revue des Études Grecques, e foi aprovada em grau máximo pela banca examinadora formada pelos seguintes professores: Nilton Campos, Leandro Ratsibona, Lívio Teixeira, José Barreto Leite e frei Damião Berge.” (CÔRTES, 2003, p.318)
  • “A tese, obra ainda inédita sobre o estudo da cosmologia de Platão, recebeu o título “Ensaio sobre a dinâmica na cosmologia de Platão”. (…) Segundo comentários de ex-alunos e estudiosos, ao apresentar este estudo à banca para obter o título de professor catedrático, seus componentes apenas limitaram-se a fazer alguns comentários sobre a pesquisa realizada por ele, por considerarem que não havia necessidade de arguir o candidato. Esse estudo sobre Platão foi muito discutido na França porque, lá, Álvaro proferiu conferências e suscitou debates sobre tal temática.” (FÁVERI, 2014, p.96)

MAINARDES (1992) Reconstrução histórica da vida e obra de Álvaro Vieira Pinto

Relatório de Jefferson Mainardes sobre a vida e obra de Álvaro Vieira Pinto, disponível aqui com fins de divulgação.

Download do relatório

Para citação

MAINARDES, Jefferson. Reconstrução histórica da vida e obra de Álvaro Vieira Pinto (1909- 1987) – Relatório final de pesquisa. Ponta Grossa: UEPG, 1992.

Resumo do relatório

A pesquisa teve por objetivo efetuar o levantamento bio-bibliográfico de Álvaro Vieira Pinto e analisar suas obras e contribuições para o pensamento educacional brasileiro. O método utilizado foi a análise documental de fontes principais: obras e artigos escritos por Vieira Pinto consulta e análise de fontes subsidiárias: obras, artigos e notas críticas sobre a vida e obra de Vieira Pinto leitura e análise de fontes complementares, entrevistas e consultas a diversos órgãos, bibliotecas e arquivos. A análise do material e informações obtidas sobre este educador e pensador brasileiro permitiu a elaboração de uma biografia completa, de três listagens bibliográficas: obras escritas por Vieira Pinto, por ele traduzidas e publicações existentes sobre este autor. Permitiu ainda a elaboração de um histórico do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) onde Vieira Pinto atuou, dirigiu, produziu e traduziu obras. Realizou-se também uma análise e resumo das obras do autor, a análise das contribuições pedagógicas contidas em suas formulações e uma coletânea de depoimentos de outros educadores e intelectuais sobre Vieira Pinto. Reuniu-se nesta pesquisa, um grande número de dados sobre a vida e obra deste importante pensador, que são raramente encontrados de forma exata e completa em enciclopédias, manuais e dicionários filosóficos. Destaca-se neste trabalho as contribuições pedagógicas do autor que apontam para uma concepção crítica de educação e que fundamentam a reflexão de temas nas como educação de adultos, alfabetização; analfabetismo, conceito de educação, concepção ingênua ou crítica de educação, conteúdo e forma da educação, formação do educador, relação educador-educando, universidade brasileira e outros temas relevantes. Palavras-chave: Álvaro Vieira Pinto. Biografia. ISEB.

Havia debates sobre Cibernética no ISEB?

O manuscrito de O Conceito de Tecnologia de Álvaro Vieira Pinto publicado em livro em 2005, é especialmente importante porque discute criticamente, já na década de 70, temas que hoje são considerados centrais para pensar cultura, história e sociedade, entre outros.

Entre os vários temas debatidos neste livro, estão a questão da técnica e tecnologia, da máquina e da razão técnica. Ainda pouco analisado é o tema da cibernética na obra de Álvaro Vieira Pinto (talvez porque a palavra “cibernética” seja pouco usada na atualidade, sendo encontrada por “informática” ou “computação”, apesar de suas diferenças).

Sabe-se que a questão da cibernética era um tema importante no Chile (que viria a desenvolver um grande projeto, CyberSyn, de governo cibernético) , país que abrigou Vieira Pinto, quando este esteve em seu exílio. Entretanto, a questão da cibernética já era debatida no próprio ISEB  desde seu início, a partir de cursos ofertado sobre o tema. Esta informação pode ser resgatada a partir de jornais da época:

 

Cursos extraordinários, do I.S.E.B. (jornal de 1956)

Trecho do jornal Correio da Manhã (Rio de Janeiro), de Domingo, 11 de março de 1956 – Cursos extraordinários, do I.S.E.B.

Correio da Manhã, Domingo, 11 de março de 1956
CURSOS
Cursos extraordinários, do I.S.E.B.
Três cursos extraordinários já foram programados pelo Instituto Superior de Estudos Brasileiros, órgão de altos estudos do Ministério da Educação e Cultura, para a segunda metade do presente ano letivo.
Esses cursos, que serão ministrados em seis e oito conferências, são os seguintes: “Filosofia da Ciência”, pelo prof. Plínio Susseking Rocha; “A Cibernética”, pelo prof. Ernesto Luiz de Oliveira Júnior; e “Política Exterior do Brasil”, pelo prof. Cleanto de Paiva Leite.
Além desses cursos, o I.S.E.B cogita da realização de uma série de conferências isoladas abordando temas de alta cultura.

Este curso viria a ser realizado em julho de 1956.

Encontradas referências da Revista “Pelo Brasil” n.5 e n.9

Álvaro Vieira Pinto escreveu textos para a revista “Pelo Brasil”, da qual era proprietário. Entretanto, ainda temos poucas informações sobre a revista e as publicações do filósofo. Seguem referências encontradas em pesquisa realizada por Luiz Ernesto Merkle.

Revista Pelo Brasil, n.5 (1928)

Capa da revista "Pelo Brasil", nº 5 (ano 1), de 10 de dezembro de 1928 (Rio de Janeiro).

Capa da revista “Pelo Brasil”, nº 5 (ano 1), de 10 de dezembro de 1928 (Rio de Janeiro).

 

A referência à Revista “Pelo Brasil”, nº 5 (ano 1), de 10 de dezembro de 1928 (Rio de Janeiro) foi encontrada em um site da Harpya leilões, onde encontra-se a descrição:

Rara revista de notícias e variedades, voltada para o público Católico, dirigida e gerenciada por Augusto Frederico Schimidt, A. Vieira Pinto e Hamilton Nogueira, com colaboração de Tristão de Athaide, entre outros.

Revista Pelo Brasil, n.9 (1929)

Capa da revista "Pelo Brasil", nº 9 (ano 1), de 15 de fevereiro de 1929 (Rio de Janeiro).

Capa da revista “Pelo Brasil”, nº 9 (ano 1), de 15 de fevereiro de 1929 (Rio de Janeiro).

Também sabe-se da existência de um texto de Álvaro Vieira Pinto na revista “Pelo Brasil”, nº 9 (ano 1), de 15 de fevereiro de 1929 (Rio de Janeiro). Esta raridade foi encontrada no Centro de Estudos Campanhense Monsenhor Lefort. Em publicação no Facebook do Centro, encontra-se a descrição:

PELO BRASIL, Anno I, 15 de fevereiro de 1929, nº9. Revista illustrada quinzenal, “Doutrina, Literatura, Artes”. Director-Proprietário: A. Vieira Pinto, Director-chefe: Dr. Hamilton Nogueira, Gerente: Augusto F. Schmidt. Redacção: Rua da Assembléa, 70, 2ºandar, Rio de Janeiro. Sede em São Paulo, Director: Idyllio V. Pinto.

Qual a relação entre Paulo Freire e Álvaro Vieira Pinto?

Ambos nasceram no Brasil, tiveram contato (possivelmente) pelo ISEB, e ambos estiveram no Chile em exílio ( Álvaro Vieira Pinto foi pra o Chile com ajuda de Paulo Freire e juntos ministraram um curso). Um ponto em comum e evidente, entre o pensamento de Paulo Freire e de Álvaro Vieira Pinto, é que ambos propõe questionamentos à questão da Educação e abordam a educação de adultos, a educação popular  e a questão da alfabetização

No livro “Sete lições sobre a educação para adultos”, Álvaro Vieira Pinto faz referências a passagens que lembram o chamado “método Paulo Freire”, como o processo conscientização a partir de imagens. Em sua obra, Vieira Pinto também aborda a consciência crítica e comenta sobre o grau zero e a questão da alfabetização (a inexistência de “analfabetos” propriamente ditos) que estão muito ligados à noção de educação bancária em Paulo Freire, por exemplo.

 

Referências de Álvaro Vieira Pinto citando Paulo Freire

Considerando apenas menções diretas que Álvaro Vieira Pinto fez do nome de Paulo Freire, temos, no livro: Sete lições sobre educação para adultos (1993) uma entrevista cedida por Álvaro Vieira Pinto, temos os trechos qual este cita:

  • “Os métodos bem sucedidos, como o do Paulo Freire, podem acabar se tornando um quisto, uma coisa que impede o prosseguimento do seu próprio desenvolvimento.”
  • “Fui para a Iugoslávia e lá fiquei um ano totalmente inativo, sem poder dar aula, pois conhecia muito mal a língua. Depois de um ano fui para o Chile, por sugestão de Paulo Freire. Ele conseguiu arranjar alguma coisa que eu pudesse fazer e de fato recebi convite para fazer conferências, organizadas por professores do Ministério da Educação juntamente com o Paulo Freire.”

No livro Consciência e Realidade Nacional (1960) ou Ciência e Existência (1969) [fonte incerta], Álvaro Vieira Pinto cita Freire em uma  passagem.

 

Referências de Paulo Freire citando Álvaro Vieira Pinto

 


Livros e artigos que abordam a relação entre Freire e Vieira Pinto

  • PAIVA, Vanilda Pereira. Paulo Freire e o nacionalismo desenvolvimentista. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1986.
  • FÁVERI, José Ernesto de (Org.). O legado de Álvaro Vieira Pinto na voz de seus contemporâneos. Blumenau: Nova Letra, 2012.
  • FÁVERI, José Ernesto de. Álvaro Vieira Pinto: contribuições à educação libertadora de Paulo Freire. São Paulo: Liber Ars, 2014.