Manifesto do Comando dos Trabalhadores Intelectuais

Manifesto do Comando dos Trabalhadores Intelectuais (CTI)
Documento, 1963

Manifesto do Comando dos trabalhadores Intelectuais. Publicado em 07 out. 1963.

Sobre o documento (em livros):

  • “Álvaro Vieira Pinto foi também integrante da comissão diretora do Comando dos Trabalhadores Intelectuais, criado em 07 de outubro de 1963.” (LIMA, 2015, p.102)
  • ‘O Comando dos Trabalhadores Intelectuais (CTI) foi criado em 7 de outubro de 1962, com a proposta de “coordenar os vários campos em que se desenvolve a luta pela emancipação cultural do país – essencialmente ligada às lutas políticas que marcam o processo brasileiro de emancipação econômica (MORAES, 2011, p.53)”. Eram 13 integrantes da comissão diretora. Vieira Pinto fez parte desse grupo.’ (LIMA, 2015, p.108)
  • “Quanto à atuação do CTI, Ênio Silveira explica que: (…) “com o tempo, dada a nossa atuação em reuniões e atos públicos, passamos a ser considerados uma espécie de sindicato dos intelectuais. Como desgraçadamente veio o golpe, o CTI não chegou a ter maturação, embora tenha procurado colaborar ao máximo na luta pela democracia, inclusive mostrando que os arroubos românticos em nada contribuíam para evitar o golpe. (SILVEIRA apud MORAES, 2011, p.54).” (em LIMA, 2015, p.108)
  • “Vieira Pinto, no quadro dos diversos grupos considerados de esquerda, como citamos, atuou no CTI como membro da comissão diretora. No ISEB, como diretor, criticou o modelo econômico de JK, participou das mobilizações pelas reformas de base, se aproximou das pautas da União Nacional dos Estudantes (UNE) e publicou a obra “A Questão da Universidade” que serviu de base e direção para os estudantes no debate sobre a reforma universitária.” (LIMA, 2015, p.108)

Sobre o documento (em jornais):

Por que votar contra o parlamentarismo no plebiscito?

ISEB. Por que votar contra o parlamentarismo no plebiscito?
Documento, 1962

Instituto Superior de Estudos Brasileiros. Por que votar contra o parlamentarismo no plebiscito? Rio de Janeiro: ISEB, 1962. 31 ou 32p?

Observação: segundo informações (ver abaixo), este documento foi publicado pelo ISEB representando os professores (e alunos) do ISEB. Apesar de ser assinado por Vieira Pinto, há indicações de que foi escrito por Osny Duarte Pereira.

Acesso ao documento:

Disponível para pedido de cópia no Arquivo João Goulart, CPDOC-FGV [JG pr 1961.08.25].

Sobre o documento:

  • “Representando a Congregação de Professores e Alunos do ISEB, Álvaro Vieira Pinto ficou responsável por redigir, publicar e divulgar amplamente no Brasil, o documento composto de trinta e uma páginas intitulado “Por que votar contra o parlamentarismo no plebiscito?”, publicado em nome do e pelo ISEB, em 19 de outubro de 1962, no Rio de Janeiro.” (FÁVERI, 2014, p.99)
  • ‘(…) reproduzo abaixo trechos de meu depoimento Minha passagem pelo ISEB, publicado no ano passado em comemoração aos 40 anos de formação daquela instituição  [no livro PEREIRA , Osny Duarte. (1995). Minha passagem pelo ISEB; depoimento em seminários na Associação Brasileira de Imprensa e na Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, s. ed.]: (…) “Jango assumira a Presidência da República, manietado a um regime parlamentarista votado pelo Congresso, em poucas horas, regime que subsistiria, se fosse mantido através de um plebiscito. Outra vez coube ao ISEB explicar porque o regime parlamentarista era uma excrescência indefensável e fui incumbido de redigir o folheto de 31 páginas Por que votar contra o parlamentarismo no plebiscito?, distribuído em centenas de milhares pelo Brasil afora e que teria ajudado a esclarecer o povo e assegurar o restabelecimento de plenos poderes ao Presidente João Goulart, cassados pela frustrada tentativa de golpe, intentado pelos ministros militares do renunciante Jânio Quadros”. ‘ (Osny Duarte Pereira em trecho de PEREIRA , Osny Duarte. Minha passagem pelo ISEB; depoimento em seminários na Associação Brasileira de Imprensa e na Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, s. ed, 1995. apud PEREIRA, 1996, p.60-61, adição nossa)
  • “Por iniciativa do Ministério da Educação, cujo titular era Darcy Ribeiro, o ISEB, entidade ligada à burocracia do ministério, foi encarregado de confeccionar um panfleto para o convencimento do público quanto à necessidade de reversão ao sistema presidencial. O resultado foi Por que votar contra o parlamentarismo no plebiscito?, assinado por Álvaro Vieira Pinto, diretor da entidade. O panfleto foi aprovado pela congregação de professores do ISEB no dia 24 de outubro. Quando começou a circular com mais vigor, em dezembro, gerou protestos de setores conservadores no Congresso” (MELO, 2009, p.162)
  • “Mas, antes de tais declarações, o panfleto isebiano foi também alvo de campanha difamatória dos jornais conservadores. No início de dezembro, O Globo estampou a manchete “Dinheiro da Nação custeia propaganda comunista do ISEB”, e em reportagem afirmou tratar-se de um “manifesto vazado em termos perfeitamente harmônicos com a doutrina comunista”. Dando sequência à campanha difamatória contra o ISEB, O Globo publicou uma pequena reportagem, que vale a pena ser reproduzida:” (MELO, 2009, p.162)
  • “O diretor do ISEB, sr. Álvaro Vieira Pinto, declarou ontem a O GLOBO que a entidade se reserva o direito de não revelar a origem de sua brochura Por que votar contra o parlamentarismo no plebiscito?, que foi impressa sob encomenda do Ministro da Educação, Darcy Ribeiro.A publicação está vazada em dialética tipicamente comunista, e tem sido amplamente distribuída em órgãos públicos, organizações estudantis, entidades e ao público em geral. Inquirido a respeito do custo da publicação, de que verba saiu o pagamento e se há outros trabalhos encomendados, disse o sr. Álvaro Vieira Pinto que, sendo o ISEB um órgão diretamente subordinado ao Ministro da Educação, a este competia a divulgação de fatos referentes à vida e atividades da entidade.”(Jornal O Globo, 5 de dezembro de 1962, p.7 apud MELO, 2009, p.163)
  • “Mas ao lado deste tipo de campanha ideológica, também tiveram vez ações mais extremadas contra o panfleto do ISEB e os próprios diretores da entidade, como as do governador da Guanabara, Carlos Lacerda, e do DOPS local. Segundo O Semanário, o panfleto isebiano foi objeto de perseguição da Polícia Política da Guanabara. (…) Tanto Lacerda como os agentes do DOPS tentaram negar a prisão de Álvaro Vieira Pinto e a tentativa de apreensão do panfleto, mas o advogado de defesa do diretor do ISEB reafirmou a existência da ação arbitrária e a invasão da Gráfica Lux (onde foi impresso o panfleto), onde se tentou “apreender centenas de exemplares que lá se encontravam, bem como as matrizes tipográficas”. Tal ocorrido motivou o órgão da Frente Parlamentar Nacionalista a publicar em primeira mão todo o panfleto. “Em primeira mão na imprensa do país o folheto proibido do ISEB”, assim noticiou O Semanário na capa de sua edição de número 315.” (MELO, 2009, p.163)
  • “Segundo a pesquisadora Alzira Alves Abreu, o mesmo [panfleto, Por que votar contra o parlamentarismo no plebiscito?] foi na verdade redigido pelo chefe do Departamento de História do ISEB, Osny Duarte Pereira* — um jurista nacionalista, identificado com as campanhas pelo petróleo e colaborador permanente de O Semanário —. sendo sua assinatura por Álvaro Vieira Pinto (diretor do ISEB) talvez uma estratégia para reafirmar que seu conteúdo era aprovado por todo o instituto. Trata-se de um documento dividido em trinta e seis pontos, iniciando com uma reflexão histórica sobre as formas de governo, desde a Antigüidade clássica, passando logo em seguida pela China imperial, onde, segundo o autor, teria tido origem a idéia de divisão de poderes. Em seu conjunto, o panfleto se divide em argumentos antiparlamentarisrtas que envolvem uma justificativa ou razão histórica, uma razão jurídica e uma razão política na orientação do voto do leitor.” (MELO, 2009, p.164-165, adição nossa) (* em nota de rodapé consta: (ABREU, Alzira Alves. “Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb).” In: FERREIRA & AARÃO REIS, As esquerdas no Brasil. op. cit., p.409-432, a informação está na página 430)
  • “A rigor, é possível observar certa interpretação marxista difusa na primeira parte do panfleto (…) Da metade ao final do panfleto o marxismo difuso é substituído pelo tradicional discurso nacionalista do ISEB, certamente naquele colorido apropriado da esquerda nacionalista. (…) Mas o que de fato irritou os conservadores de todos os matizes (golpistas inclusive) não foram as fontes teóricas de Por que votar contra o parlamentarismo — certamente obscuras para a maior parte dos potenciais leitores — e sim a narrativa sobre os acontecimentos de agosto de 1961. Nesta apresenta-se o cerne do argumento dos setores da esquerda nacionalista: o parlamentarismo foi um “golpe branco”, como bem afirmou em agosto/setembro de 1961, o deputado trabalhista Almino Afonso, citado no panfleto. No trecho em que trata da campanha pela antecipação do plebiscito, há o destaque para as greves gerais políticas de 5 de julho e 15 de setembro de 1962, eventos que, como vimos, setores da direita, na imprensa e no parlamento, preferiam dizer que foram “fracassados”. (…) Outro momento do panfleto discute a razão jurídica para se opor ao parlamentarismo instituído em agosto/setembro de 1961. Discute-se que, embora não decretado formalmente, o estado de sítio imperou no País no momento em que foi aprovado o Ato Adicional no Congresso, o que tornava qualquer mudança constitucional um “golpe”.” (MELO, 2009, p.166)
  • “Em seguida, o documento adentra na razão política para o voto contrário ao parlamentarismo no plebiscito. O panfleto define em diversos momentos o Congresso como formado por elementos conservadores, afirmação que certamente irritou os parlamentares que, como vimos, atacaram o panfleto. Mas, tal como se faz presente em diversos documentos da esquerda nacionalista, diz-se que os problemas do povo brasileiro estão além da disjuntiva parlamentarismo versus presidencialismo, sendo reproduzido, em favor de tal argumento, um manifesto da CNTI de 9 de agosto de 1962, quando ainda não havia sido antecipado o referendo, mas onde se lê que “as medidas que o povo reivindica não dependem, fundamentalmente, dessa consulta” e sim da “constituição de um Governo Nacionalista e Democrático” que realize as reformas de estrutura. Por fim, o NÃO no plebiscito é recomendado em primeiro lugar, para desfazer os “efeitos do golpe direitista” de agosto e, em segundo lugar, para dar a Goulart a possibilidade de realizar as reformas de base.” (MELO, 2009, p.167)

Recepção:

  • ver pronunciamentos com críticas ao “Porque votar contra o parlamentarismo no plebiscito”, no site do Senado.

Trechos do documento:

  • “A teoria da divisão dos poderes, em legislativo, executivo e judiciário, apresentava-se, mais uma vez como instrumento tático da luta de uma classe — a burguesia — para introduzir-se no governo. Não significava isto nenhuma transformação para o povo propriamente dito, pois, este permaneceu miserável, desprotegido e submisso aos governantes que continuavam a explorá-lo com a mesma impiedade de antes. Os dados estatísticos levantados mostraram que a pauperização prosseguiu na mesma escala. Em França, como na Inglaterra, a “Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão” asseguravam a intocabilidade do direito de propriedade, como um dos postulados da Revolução Francesa, passado o período da derrubada das instituições feudais em 1789.” (Por que votar conta o parlamentarismo no plebiscito? Rio de Janeiro: ISEB, 1962, p.8 apud MELO, 2009, p.163)
  • “Portanto, o que se deve ter em conta não é se o estado de sítio foi decreto, mas se o estado de sítio existiu. Foi, efetivamente, o que aconteceu em agosto de 1961: os detentores do poder não formalizavam o estado de sítio, existindo o estado de convulsão no país, justamente porque isso lhes restaria, formalmente, as condições para alterar a constituição. (…)“Ora, quem ousará dizer que o Brasil não se encontrava em estado de sítio ao ser votada a emenda parlamentarista?Milhares de cidadãos foram presos em diferentes Estados do Brasil, ao declararem os ministros militares que não admitiam o regresso do Vice-Presidente da República ao país. Empastelaram-se jornais, fecharam-se as vias de saídas a certos cidadãos, instituindo a censura, vasculharam-se os aviões para prender o Vice-Presidente, ou qualquer pessoa que, regressando, ou destinando-se ao Exterior, pudesse ser suspeita na qualidade de emissário. O Vice-Presidente da República, em vez de poder regressar diretamente ao Brasil, foi obrigado a realizar uma longa volta e ficar retido, em Porto Alegre, até que se votasse a emenda constitucional, ao mesmo tempo em que, para atemorizar o povo e desencorajar resistências, comunicados oficiais dos ministros militares participavam deslocamentos de navios de guerra e de batalhões.” (Por que votar conta o parlamentarismo no plebiscito? Rio de Janeiro: ISEB, 1962, p.24-25 apud MELO, 2009, p.166)
  • “O NÃO será um crédito de confiança ao Senhor Presidente da República e a afirmativa de que o povo não pactua com golpes palacianos para alterar as instituições, nem se solidariza com grupos que se prestem a servir a interesses estrangeiros, em detrimento das aspirações de independência do Brasil.”  (Por que votar conta o parlamentarismo no plebiscito? Rio de Janeiro: ISEB, 1962, p.31 apud MELO, 2009, p.167)

Ofício à Embaixada Brasileira para a Secretaria do Estado das Relações Exteriores

Ofício à Embaixada Brasileira para a Secretaria do Estado das Relações Exteriores
Documento, 1954

Ofício nº299, de 12/nov/1954, da Embaixada Brasileira (da Missão Cultural Brasileira no Paraguai) para a Secretaria do Estado das Relações Exteriores (Arquivo Histórico do Itamarati. Rio de Janeiro)

Sobre o documento:

  • “O relatório apresentado em 1954, pelo professor Álvaro Vieira Pinto, sobre as atividades que desenvolveu na Faculdade de Filosofia de Assunção, não deixa dúvidas sobre a importância e significado desempenhado pela Missão Cultural e pelos professores brasileiros no Paraguai: “[…] não se abra mão da posição conquistada, antes seja mantido sempre um professor brasileiro de filosofia na Faculdade de Filosofia de Assunção, como meio dos que reputo dos mais valiosos, não só para a representação da nossa cultura, como para a influência que possamos exercer sobre o desenvolvimento das novas gerações de intelectuais paraguaios”. (Ofício nº299, de 12/nov/1954, da Embaixada Brasileira para a Secretaria do Estado das Relações Exteriores (Arquivo Histórico do Itamarati. Rio de Janeiro).” (MORAES, 2000)

Trecho do documento:

  • “Será por obra do ensinamento por nós ministrado que virão a ter conhecimento das correntes de idéias e é sob a nossa direção que se travam os debates que as idéias expostas sugerem. Isso nos coloca naturalmente na posição de orientadores de uma parcela real dos futuros intelectuais paraguaios, além de atingirmos diretamente aqueles que, já formados, acorrem ás nossas classes para se informarem de idéias que mal conhecem e que, por serem embora de caráter especulativo, condicionam contudo a visão de todos os demais problemas do nosso tempo, principalmente os de ordem social, histórica e política. Quero, com estas observações, ressaltar, não o valor das aulas que foi insignificante, mas o fato da presença do Brasil, na pessoa do professor de uma disciplina filosófica. A influência que pode ter sobre a cultura paraguaia é inegável, e por isso me atrevo a sugerir a Vossa Excelência que seria de toda conveniência que o Brasil não perdesse essa posição, de poder ser doador de cultura filosófica paraguaia, através da cátedra que aqui devemos manter. Não digo por mim, pois meu papel é transitório, mas para que não se perca o contato já agora estabelecido, não se abra mão da posição conquistada, antes seja mantido sempre um professor brasileiro da filosofia na Faculdade de Filosofia de Assunção, como meio reputo dos mais valiosos, não só para a representação da nossa cultura, como para a influência que possamos exercer sobre o desenvolvimento das novas gerações de intelectuais paraguaios.” (Álvaro Vieira Pinto, página 4 do Documento nº 299 da Missão Cultural Brasileira no Paraguai à Secretaria de Estado das Relações Exteriores, escrito em novembro de 1954 pelo Professor Álvaro Vieira Pinto, então docente na Faculdade de Filosofia de Assunção apud CHEDID e MORAES, 2007)


Sete Lições sobre Educação de Adultos

Sete Lições sobre Educação de Adultos
Livro, 1982

VIEIRA PINTO, Álvaro. Sete lições sobre educação de adultos. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1982.

Edições:

Em levantamento realizado a partir de referências bibliográficas, temos os seguintes anos das edições: 1982, 1984 (2ª ed.), 1985 (3ª ed.), 1986 (4ª ed.), 1987 (5ª ed.), 1989 (6ª ed.), 1991 (7ª ed.), 1993 (8ª ed.), 1994 (9ª ed.), 1997 (10ª ed.), 2000 (11ª ed.), 2001 (12ª ed.), 2003 (13ª ed.), 2005 (14ª ed.), 2007 (15ª ed.), 2010 (16ª ed.).

VIEIRA PINTO, Álvaro. Sete lições sobre educação de adultos. 16ª ed. São Paulo: Cortez, 2010.

Sobre a obra:

  • “Álvaro reaparece no meio intelectual brasileiro através de um projeto de pesquisa organizado e desenvolvido na USFCar, no período de agosto de 1982 a julho de 1983, sobre alfabetização de adultos para funcionários daquela instituição, tema esse que nasceu de um amplo debate no curso de doutorado. Esse projeto era coordenado pelo Prof. Demerval Saviani e Betty Antunes de Oliveira, que ao longo da organização e desenvolvimento do mesmo, realizaram contatos com Vieira Pinto e fizeram uma entrevista, conseguindo organizar escritos de Álvaro sobre a temática da alfabetização de adultos, que originou a obra Sete lições sobre educação de adultos, publicada em 1982 pela Editora Cortez, num total de cento e dezoito páginas, incluindo a entrevistas realizada com Vieira Pinto.”  (FÁVERI, 2014, p.101)
  • “Em 1982, Sete lições sobre educação de adultos é publicado pela Cortez Editora, de São Paulo. As sete lições foram originalmente anotações de aulas oferecidas ainda no Chile, em 1966. Esta publicação se torna seu maior sucesso editorial, encontrando um público fiel nos bancos universitários das faculdades de pedagogia. (Seguindo este mesmo filão editorial, a Cortez também vai reeditar A questão da universidade, texto de 1962.)” (CÔRTES, 2003, p.323)
  • “Penso que a afirmação de Vieira Pinto “não escrevi nenhum livro de pedagogia, embora tenha muitas observações a fazer sobre ela”, decorre do fato de que as Sete lições sobre educação de adultos foram aulas-conferências que ele proferiu no Chile em 1966. Os textos que escreveu então, ele os redigiu como roteiros das aulas que ministrou. No seu entender, um livro exigiria maior desenvolvimento e aprofundamento. Entretanto, Betty e eu o convencemos a publicar os referidos roteiros na forma original. E isto não apenas pelas importantes contribuições que este pequeno livro contém, e que reputamos ser de grande utilidade para os educadores brasileiros de hoje, mas também como testemunho de um trabalho que vem se desenvolvendo já há muitos anos e que permanece vivo e atuante.” (Dermeval Saviani, 1982 In: VIEIRA PINTO, 2010, p.12, adições nossas)

A Sociologia dos Países Subdesenvolvidos

A Sociologia dos Países Subdesenvolvidos: introdução metodológica ou prática metodicamente desenvolvida da ocultação dos fundamentos sociais do “vale das lágrimas”
Livro, publicado em 2008 (Editora Contraponto), manuscrito do autor de 1975

VIEIRA PINTO, Álvaro. A Sociologia dos Países Subdesenvolvidos: Introdução metodológica ou prática metodicamente desenvolvida da ocultação dos fundamentos sociais do “vale das lágrimas”. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008.

Acesso a obra:

➡     Visualizar trechos do livro no Google Books

➡     Baixar (arquivo PDF) do Sumário da obra, pelo site da Editora Contraponto

➡     Baixar (arquivo PDF) do artigo de Apresentação da obra, pelo site da Editora Contraponto

Pesquisas sobre a obra:

Referências sobre a obra:

  • “Num breve espaço de tempo [após a publicação de O Conceito de Tecnologia], mais um inédito de Vieira Pinto [A sociologia dos países subdesenvolvidos] será publicado. É o inédito sobre o qual Álvaro confidencia a sua sobrinha Mariza, no dia do falecimento de seu pai, irmão mais novo de Álvaro, que havia terminado de concluir e que lhe permitia afirmar que havia completado o seu pensamento.” (FÁVERI, 2014, p.102, adições nossas)
  • “Depois de ter realizado uma análise cronológica da produção de suas obras e contatos com pessoas que viveram proximamente do intelectual, concluímos que essa é a penúltima citada por ele na entrevista concedida ao prof. Saviani. E a obra foi intitulada A sociologia dos países subdesenvolvidos e consta riscado, abaixo do título em manuscrito, “Introdução metodológica ou prática metodologicamente desenvolvida da ocultação dos fundamentos sociais do ‘vale de lágrimas'”. No momento, estamos em trâmites para publicar a referida obra, que é composta de aproximadamente quatrocentas e dez páginas, cujo prefácio me foi autorizado elaborar, por um membro da família com parentesco próximo de Vieira Pinto.” (FÁVERI, 2014, p.102)

Imagens:

“Imagem dos cadernos- manuscritos derradeiros de Álvaro Vieira Pinto (Acervo pessoal Prof. Ernesto De Fáveri)” Fonte: Tese “Sociologia do subdesenvolvimento: visita ao espaço reflexivo dos escritos derradeiros de Álvaro Borges Vieira Pinto (1974-1977)” de Paulo César da Costa Heméritas (2015), p.129.

O Conceito de Tecnologia

O Conceito de Tecnologia
Livro [2 volumes] publicado em 2005 (Editora Contraponto), manuscrito do autor com término da escrita em 1973 e revisado em 1974

VIEIRA PINTO, Álvaro. O Conceito de Tecnologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005. 2 v.

Reimpressões:

1a reimpr. em jun. 2008
2a reimpr. em out. 2013

Edições:

Sabe-se também da referência a uma edição de “O Conceito de Tecnologia” (anterior à de 2005) editada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pela Coleção “Os Desenvolvimentistas”.

Acesso a obra:

➡     Visualizar trechos do livro (2º volume) no Google Books

➡     Baixar (arquivo PDF) do Sumário da obra, pelo site da Editora Contraponto

Resenhas sobre a obra:

Referências sobre a obra:

  • “O conceito de tecnologia, escrito em dois volumes, com um total de mil e trezentas e vinte oito páginas, foi publicado recentemente pela Editora Contraponto, do Rio de Janeiro. Procurei saber como esse inédito foi parar na editora e descobri que, com a morte de Álvaro Vieira Pinto e sua esposa, um amigo da família, o advogado Perílio Guimarães Ferreira, passou a gerir os seus bens, inclusive aquele manuscrito, que lhe fora confiado. Com a morte do advogado, sua irmã, Orsely Guimarães Ferreira de Brito, ex-aluna de Álvaro, organizando os pertences do irmão falecido, encontrou no meio dos seus livros o manuscrito de O conceito de tecnologia. Conversando com sua amiga Marília Barroso, também ex-aluna de Álvaro, reconheceu sua letra e também a importância das páginas. Através de contatos de ambas com a professora Maria da Conceição Tavares, realizaram o contato com a Editora Contraponto e, imediatamente, providenciaram a sua publicação.” (FÁVERI, 2014, p.101-102)
  • “Vieira Pinto — No meu livro sobre tecnologia trato da teoria da comunicação que contribui para a análise desse processo [o da Educação/Pedagogia]. Fiz a crítica da cibernética encontrando algumas noções que, se não são originais, precisam ser consideradas fundamentais. Por exemplo: é indispensável o caráter de encontro de consciências no ato da aprendizagem, porque a educação é uma transmissão de uma consciência a outra, de alguma coisa que um já possui e o outro ainda não. A teoria dialética do conhecimento é fundamentalmente cibernética, no sentido dialético da palavra. Não a cibernética empírica que é essa aí que se faz. Não se trata da entrega de um embrulho de uma pessoa para outra, mas de possibilitar uma modificação no modo como essa outra pessoa, que é o aluno, está capacitado para receber embrulhos. […] A resistência do aluno ao aprendizado é um fator de modificação da consciência do educador, e não uma obstinação, uma incompetência. Mostrar e trazer a educação para o domínio da cibernética é uma imposição causada por duas ordens de fatores: 1) as massas educadas cada vez maiores; 2) e ao mesmo tempo a mecanização dos processos pedagógicos. Se o educador não se preparar, não terá condições para introduzir o verdadeiro fator, decisivo, no ato educativo, que e o papel da consciência. Fica prisioneiro do que a cibernética chama de hardware (todo o material, toda a parte mecânica, instrumental). É evidente que o professor não pode transmitir flexibilidade ao seu ensino se não a possui ele próprio na sua formação e na sua prática.” (Álvaro Vieira Pinto em entrevista concedida a Betty Oliveira, 1982 In: VIEIRA PINTO, 2010, p.23-24, adição nossa)

El Pensamiento Crítico en Demografía

El Pensamiento Crítico En Demografía
Livro, 1973

VIEIRA PINTO, Álvaro. El Pensamiento Crítico en Demografía. Santiago de Chile: Centro Latinoamericano de Demografía (CELADE), 1973. 449 p. (Série E, 8)

Acesso a obra:

➡     Acesso (arquivo PDF) pelo site do CEPAL, digitalizado e com OCR (buscável)

➡     Acesso (arquivo PDF) do livro digitalizado (sem OCR) pelo Centro Centroamericano de Población da Universidad de Costa Rica

Resenhas:

  • CHANES, Carlos Welti. El Pensamiento Crítico en Demografía by Alvaro Vieira Pinto In: Revista Mexicana de Sociología. Vol. 37, No. 2 (Apr. – Jun., 1975), pp. 589-593. Published by: Universidad Nacional Autónoma de México [Link para artigo na JSTOR]

Sobre a obra:

  • “No exílio, Álvaro Vieira Pinto produz duas obras quase que simultaneamente: (…) A segunda obra surge quando ministrava o curso avançado no CELAD em parceria com a ONU. Vieira Pinto é apresentado por um amigo à diretoria do CELAD, que o contrata para escrever uma obra sobre demografia social. Em oito meses, entre os três anos em que esteve no exílio em Santiago, calcula-se que por volta de 1968, entrega o livro para o CELAD, com o título El pensamiento crítico en demografia, muito lido e discutido no México e em toda a América Latina. Foi publicado em Santiago no Chile, pelo CELAD, somente em 1973, totalizando quinhentas e cinquenta e cinco páginas, e ainda não foi traduzido para a língua portuguesa.” (FÁVERI, 2014, p.100-101)

Ciência e Existência

Ciência e Existência: Problemas filosóficos da pesquisa científica
Livro, 1969

VIEIRA PINTO, Álvaro. Ciência e Existência: Problemas filosóficos da pesquisa científica. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1969. (Série Rumos da Cultura Moderna, 20)

Reedições:

VIEIRA PINTO, Álvaro. Ciência e Existência: Problemas filosóficos da pesquisa científica. 2a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1979. (Série Rumos da Cultura Moderna, 20; Coleção Pensamento Crítico, 7)

VIEIRA PINTO, Álvaro. Ciência e Existência: Problemas filosóficos da pesquisa científica. 3a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. (Série Rumos da Cultura Moderna, 20; Coleção Pensamento Crítico, 7)

Acesso a obra:

➡     Visualizar trechos do livro no Google Books

Trechos da obra (Dedicatória):

  • “Aos alunos do Centro Latino-Americano de Demografia o Autor dedica a presente obra com a mais viva expressão de suas esperanças. SANTIAGO — 1967” (Dedicatória em VIEIRA PINTO, 1969)
  • “O presente trabalho foi escrito em Santiago do Chile durante o ano de 1967 no cumprimento de um contrato concedido ao Autor pelo Centro Latino-Americano de Demografia. Nele estão contidos alguns dos principais conceitos das aulas ministradas pelo Autor aos alunos do Curso Avançado daquele órgão das Nações Unidas.Esta edição brasileira reproduz o texto do original entregue pelo Autor àquele importante organismo especializado das Nações Unidas. A publicação desta obra foi autorizada pelo Centro Latino-Americano de Demografia.” (Dedicatória em VIEIRA PINTO, 1969)
  • “À Professora Carmen A. Miró, ilustre Diretora do Centro Latino-Americano de Demografia, o Autor deseja deixar consignado nestas linhas o seu agradecimento pelas amabilidades recebidas durante sua estada naquele Centro de estudos.” (Dedicatória em VIEIRA PINTO, 1969)

Sobre a obra:

  • “No exílio, Álvaro Vieira Pinto produz duas obras quase que simultaneamente: a primeira foi escrita em Santiago do Chile, oriunda de aulas gravadas e transcritas em 1966, que foi publicada em português somente em 1969, pela Editora Paz e Terra, do Rio de Janeiro, porque o CELAD não tinha interesse em publicá-la em Espanhol. Com o seu retorno ao Brasil em fins de 1968, o autor realiza a publicação pela referida Editora. Essa obra totaliza quinhentas e trinta sete páginas. Segundo Jorge Roux, em conversa com o pesquisador, a obra estava originalmente intitulada como O método científico, mas ficou acordado entre a editora e o autor à mudança do título para Ciência e existência: problemas filosóficos da pesquisa científica. Essa mudança foi realizada como estratégia de marketing, para melhor comercialização. E a obra é resultado das aulas ministradas aos alunos do Curso Avançado, daquele órgão das Nações Unidas, e foi dedicada a eles.” (FÁVERI, 2014, p.100-101)
  • “Meu primeiro contato direto com a obra de Álvaro Vieira Pinto se deu no início de 1972 quando, perambulando por livrarias do centro de São Paulo, encontrei, numa banca de livros com 50% de desconto, a obra Ciência e existência: problemas filosóficos da pesquisa científica (Rio, Paz & Terra, 1969). A leitura do índice me indicava que o texto tratava de assuntos que me interessavam vivamente. Adquiri o livro, certo de ter feito duplamente um bom negócio: comprara um livro valioso e pela metade do preço. Cerca de um mês depois, retornei à mesma livraria e encontrei a mesma obra numa banca de ofertas a 25% do preço de capa. (…) No segundo semestre daquele mesmo ano de 1972, indiquei alguns capítulos do livro como texto de apoio a uma unidade da disciplina “Problemas da Educação I” que comecei a ministrar no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Educação em São Paulo e Piracicaba. A partir daí o livro passou a ser indicado pelos alunos que eram professores em diferentes instituições de ensino superior. A obra voltou a ser comercializada pelo preço normal, acabando por se esgotar. Após relutâncias da Editora, a insistência de pedidos levou-a a lançar a segunda edição.”  (Dermeval Saviani, 1982 In: VIEIRA PINTO, 2010, p.9)